Newton Arantes
No
varal das coisas ditas, estendo minha gratidão aos olhos cúmplices, que
visitaram meu quintal - e Ilha - ao longo deste ano. Agradeço a gentileza
daqueles que nas letras em que bordei meus aconchegos, nelas também se
descansaram. Agradeço àqueles que fizeram da poesia, a ponte para afinados
encontros. Agradeço a cada um que, mesmo não sabendo o inteiro alcance das
minhas mãos, tomaram minhas sementes e as levaram para além dos meus curtos
horizontes, expandindo-me aos literários reinos em que transitamos. Agradeço
este ano generoso de portas e janelas, ruas e cenários, espinhos e absolvições;
material pleno a despertar-me inspirações em todas as vezes que nasci palavra.
Agradeço a Vida por me permitir ser um pequeno tradutor de suas imensidões,
confessionário das interiores marés de nós, delator eleito pelas próprias
tempestades, das mentiras e verdades que escondemos por vergonha, mas que
celebramos ao nos reconhecermos todos no espelho da literatura. Agradeço
àqueles que sei dos seus nomes e àqueles que de nada sei, em que pude compartilhar
nas costuras dos meus imaginários, aquilo que de mim tanto digo sem de mim nada
dizer. Peço dirigido perdão a todos aqueles que na minha vida, pelas palavras
os fiz pequenos, fazendo-me ainda menor por isto, ferindo pelo que deveria
dizer quando nada disse, ou pelo silêncio que deveria ser a única coisa
declarada, mas por mesquinhez o calei. Que eu possa ser versão mais nobre de
mim que ainda não fui, refletindo mais as virtudes do que minhas sombras, nas
palavras que, nas linhas e boca ainda me pertencerão. Obrigado por tudo e a
todos neste ciclo. Obrigado.
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